top of page

ALCOOLISMO E DROGAS. UM NOVO PRISMA – Parte 2


No artigo anterior falamos sobre o Bill, cofundador do AA e figura de extrema importância na compreensão e no tratamento do alcoolismo, agora falaremos sobre os aspectos de saúde física e mental do alcoolismo.

Mas antes, apresentemos alguns conceitos...

ORIGENS E ETIMOLOGIA DA PALAVRA ÁLCOOL

A cerveja e o vinho foram as primeiras bebidas alcoólicas fermentadas. Surge o vinho, através da fermentação da uva e a cerveja, através de grãos de cereais. Na Idade Média surge o processo de destilação e com essa inovação os problemas relativos ao álcool se aprofundaram.

O álcool contido nas bebidas utilizadas pelo homem é o etanol (álcool etílico), substância psicoativa com capacidade de produzir alterações no funcionamento do Sistema Nervoso Central, podendo modificar o comportamento dos indivíduos, causar prazer e, em decorrência do uso continuado, a dependência e a tolerância.

A palavra álcool no árabe Al-Ghol, significa demônio. E no latim, significa espírito.

A DEPENDÊNCIA QUÍMICA

O alcoolismo é considerado um dos maiores problemas da saúde pública, além de ser comprovadamente porta de entrada para outras drogas.

Detectar o limite existente entre o beber eventual e a síndrome de dependência nem sempre é fácil e tem sido motivo de muitas controvérsias e polêmicas. Ninguém sabe, de antemão, se vai desenvolver uma dependência química ou não, porque existem outros fatores orgânicos, psicológicos, espirituais e sociais que precisam estar condicionados, porém sabemos que mais de 15% da população já têm esta doença e se beber ou usar drogas, a mesma se desenvolverá. É uma doença incurável e a única saída é não tomar o primeiro gole, viver o dia de hoje em abstinência, de acordo com os sábios princípios do AA (Alcoólicos Anônimos).

O fato é que uma pessoa não se torna alcoolista (utilizamos o termo alcoolista, ao invés de alcoólatra, acreditamos que o dependente de álcool, usa-o por necessidade e não por adorá-lo, visto que o sufixo "latra" indica adoração) porque bebeu demais, ele bebe demais porque é alcoolista. A doença preexiste ao ato de beber.

ALGUNS ASPECTOS DA PERSONALIDADE DO POSSÍVEL ALCOOLISTA

A medicina dedicada à saúde mental, analisando estatisticamente o comportamento dos alcoólicos, traçou um perfil básico de personalidade e perfil familiar:

  • Outro aspecto marcante é o uso do álcool como tentativa de vencer inseguranças sexuais (o álcool é depressor, anestésico e apresenta falsa desinibição porque relaxa a censura).

EXISTE DIFERENÇA ENTRE ALCOOLISMO MASCULINO E FEMININO?

Alcoolismo é uma doença progressiva, mais lenta no homem (aparece depois de uns 20 a 25

anos de uso) e mais rápida na mulher (aparece após 5 a 10 anos de uso). Isto porque a mulher tem mais células gordurosas do que o homem, este tem mais massa muscular. A gordura atrai e retêm mais líquidos e fica exposto mais tempo às substâncias nocivas do álcool. Há 25 anos a porcentagem era de 1 mulher para 20 homens, hoje é de 2 mulheres para 6 homens.

COMO DIFERENCIAR O BEBEDOR “SOCIAL” DO BEBEDOR ABUSIVO?

O comportamento de ambos é bem semelhante, ambos podem ou não serem alcoolistas, mesmo que consigam ficar algum tempo sem beber.

A quantidade e a frequência também podem ser semelhantes, mas para os autores Vespucci (1999), a diferença está na ressaca. O bebedor eventual, não alcoólico, cuida da ressaca, toma água, alivia a dor de cabeça e do estômago, evita com repulsa a bebida. Não permite que a bebida interfira no seu modo de beber. O alcoolista perde progressivamente o controle sobre o álcool, sutilmente suas ações passam a girar em torno da bebida, nem ele, nem a família se dá conta. Ele procura curar a ressaca, quando as tem, bebendo um pouco mais. Depois do porre, o dia seguinte é um novo namoro, pode também ficar períodos prolongados de abstinência, semanas ou meses, mas quando ingere, mata aquela "saudade", funciona como muleta, a bebida alivia, tranquiliza.

EXISTE CURA?

Não há cura, o portador do alcoolismo pode deter a doença, mas primeiro precisa aceitar que ela existe depois conscientizar-se do problema e praticar abstinência completa. Mas, se algum dia voltar ao uso, a doença se desenvolve novamente. Porém, como ele dificilmente admite ser um alcoolista, o tratamento inicia-se demasiado tarde.

Quais as fases evolutivas da doença?

Fase da adaptação: o organismo aprende a "funcionar à álcool" .

Fase da tolerância: o organismo pede doses crescentes para sentir os mesmos efeitos. Sempre mais...

Fase da dependência química. Alguns autores classificam os alcoolistas, na fase da dependência química, de acordo com seu grau de envolvimento com o álcool.

FASES DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Bebedor periódico: bebe grandes quantidades em pouco tempo e depois passam meses sem beber.

Bebedor discreto e silencioso: bebe quase diariamente, regularmente e quantidade relativamente pequena.

Bebedor assumido: bebe sempre, muito e constantemente.

Bebedor camuflado: bebe sempre, quantidade pequena, média ou grande, mas raramente se embriaga.

ETAPAS PROGRESSIVAS DA DOENÇA

Etapa do "beber social": cotidiano e noturno, mesmo um pequeno drinque, uma lata de cerveja diária, é prenúncio de que o organismo está dependente, precisa relaxar antes de dormir.

Etapa do "beber social" ao apagamento: bebe antes, durante e depois do evento social, quando excede promete a si e aos outros que vai se controlar. Começa a ter os primeiros apagamentos, amnésias que o impede de lembrar o que fez na noite anterior.

Etapa intermediária: agravamento dos sintomas, busca ambientes desconhecidos para beber sem fiscalização. Chega em casa bêbado, com acentuado nervosismo, não sabe administrar as emoções, usa da mentira com frequência para evitar críticas. Começa a tremer as mãos pela manhã, deteriorar as relações profissionais e familiares e frequentemente não consegue ir ao trabalho às segundas-feiras.

Etapa final: morte, loucura ou recuperação. Sofre terríveis síndromes de abstinência se ficar sem a bebida, sofre taquicardia, sudoreses, convulsões, delírios, tremores... fica em desnutrição, cai com frequência, não tem higiene... entra em degradação física, mental e emocional (espiritual).

ONDE TERMINA O BEBER “SOCIAL” EVENTUAL E COMEÇA O ALCOOLISMO?

Esta é uma questão intrigante, saber onde termina o beber eventual e começa o alcoolismo.

Ainda leva-se em consideração a quantidade e a frequência do álcool ingerido; se a pessoa bebe diariamente; se bebe sozinho; se bebe a ponto de sofrer prejuízos físicos ou se chegou a perder a liberdade sobre o ato de beber em detrimento de outras coisas na vida familiar ou profissional.

O processo de transição de um estado moderado para a dependência é longo, pode levar anos.

INFLUÊNCIAS EXTERNAS QUE PODEM ESTIMULAR O ALCOOLISMO

Convívio social: “amigos da onça”, que já dominados pelo vício, convidam ou induzem: “vamos tomar uma cervejinha pra relaxar ou para comemorar”.

Inimigos disfarçados ou oportunistas, que veem uma maneira de tirar vantagem de sua vítima: O mais comum é o assédio sexual, após algumas cervejinhas, as jovens relaxadas e entorpecidas, dispõem de seu corpo, jogando no lixo sua dignidade e após a ressaca orgânica, amargam eterna ressaca moral.

Mídia: Propagandas de bebidas e cigarros induzem a pensar que serão um sucesso ou que terão um enorme prazer: Homens se sentem mais másculos e as mulheres mais sensuais.

Outros dependentes químicos: que sem condições de saciar seu vício, procuram quem os apoie e facilite.

Estas influências também podem ser chamados de obsessores, que atuam do simples assédio, à fascinação e total subjugação do dependente ou obsedado.

A AÇÃO DO ÁLCOOL DO PONTO DE VISTA MÉDICO

De acordo com os médicos Dr. Otto Wolff e Dr. Walther Bühler, observa-se no álcool dois tipos de efeitos: um negativo e outro "positivo".

Otto Wolff, era um cientista médico e pediatra na vanguarda dos avanços do pós-guerra no cuidado de crianças na Grã-Bretanha. Ele foi Professor de Saúde Infantil de Nuffield, no Great Ormond Street Hospital, em Londres e presidente da Associação pediátrica britânica.

O Dr. Walther Bühler nasceu em 1913 na Alemanha. Ele estudou Medicina e Ciências Naturais tornou-se oficial de saúde durante a Segunda Guerra Mundial. Foi membro da diretoria da Sociedade Antroposófica na Alemanha e na Sociedade Médica Antroposófica.

O álcool é uma droga, produz inúmeros efeitos negativos, é capaz de provocar sérios danos, inclusive a morte, caso seja ingerido em excesso.

Podem causar à arteriosclerose coronária (riscos de infarto do miorcádio), neurites, etc. lesões que, no mínimo, encurtam a vida humana e provocam moléstias crônicas.

O fígado é o órgão mais lesado, pesquisas revelaram que "após a ingestão de pequenas quantidades de álcool, mesmo um fígado sadio apresenta lesões celulares... A ingestão de quantidades maiores de álcool (80-160 g., ou seja, 1-2 litros diariamente, inevitavelmente produz grave lesão do fígado após algum tempo)." Wolff, Bülher (1987).

Quanto ao efeito "positivo", se é que assim possam ser chamados, muitos apreciam a sensação psíquica agradável com pequenas doses, a sensação de calor que estimula e ativa podendo gerar desinibições e até estímulos sexuais, a sensação de uma aceleração do metabolismo e da circulação, e o esquecimento das preocupações.

Após mais doses, esclarecem os Drs. Wolff e Bülher aparece o aumento da eloquência e do bom humor, mais algumas doses, o estado de alegria se transforma em excitação, diminui a capacidade do pensamento, do juízo, pode ocorrer a visão dupla, vertigens e embriaguez. O limite varia de indivíduo para indivíduo.

AFINAL, OS VICIADOS TÊM CULPA?

Vejamos essa matéria da Revista Veja de agosto de 2011:

“Segundo o psiquiatra criminal Anthony Daniels, mais conhecido como Theodore Dalrymple, pseudônimo utilizado por ele em artigos impiedosos sobre os sistemas prisionais,” os viciados são tratados como vítimas da sociedade, e isso é falso.

Dr. Daniels trabalhou durante quinze anos em prisões britânicas e tambem em países africanos como a Tanzânia, Zimbábue e África do Sul. É autor de 22 livros sobre o assunto e colaborador de revistas especializadas e do jornal inglês The Telegraph.

Baseados na tese de Rousseau que o Homem é fruto da sociedade, alguns psicólogos e intelectuais tentam explicar comportamentos criminosos como consequência dos vícios, como bebida e drogas. E na verdade isso cria para eles uma situação muito conveniente, “Enquanto a sociedade não mudar, eu não mudo!”.

Na verdade eles são vítimas de seu próprio comportamento. Eles usam entorpecentes por decisão pessoal. O estado mental que o álcool e as drogas induzem, é muito atraente para eles. Mas, quando cometessem algum crime, ainda que pequeno, sob o efeito de entorpecentes, ou para compra-los, deveriam ser forçados a entrar numa clínica de reabilitação. Se não desse resultado, deveriam ser mandados para a prisão por longo tempo. Isso lhes daria motivação para levar a sério o processo de reabilitação, pois o maior problema com o vício é que as pessoas não encontram razões para parar. O medo da prisão pode ser uma delas. A outra, é a certeza de ter uma vida melhor, sem as drogas.”

Estão em tramitação no congresso nacional vários projetos de Lei que qualificam como crimes dolosos os atos irresponsáveis praticados por usuários eventuais ou viciados em álcool e drogas, com encaminhamento prisional conforme previsto no Código Penal e acompanhamento medico do interno. Foi criada a figura penal do “dolo eventual” para os casos que ficavam impunes por alegação da embriaguez. Por ex. se um bêbado dirigindo um veículo em alta velocidade atropela e mata um cidadão, hoje ele pode ser condenado por homicídio doloso, visto que ele antes de beber, ele sabia dos riscos de dirigir embriagado.

EFEITO ESPIRITUAL DO ÁLCOOL

Em poucas palavras, resumem os Drs. Wolff e Bülher, "o homem perde-se a si mesmo". Uma pequena dose causa a estimulação, a alegria, o esquecimento das preocupações e são sempre acompanhados por uma "crescente perda de critério": a censura é desligada, a pessoa desinibe-se, faz e fala coisas que não faria ou falaria se estivesse sóbria, se permite ao que não lhe é adequado, ocorre um "desencadeamento irrefreado de tendências inferiores e vis". Na realidade a pessoa não bebe para criar coragem, mas para perder o controle de si, para deixar transparecer sua "natureza oculta“ e instintos animalizados ou tendências autodestrutivas.

Precisamos compreender que os danos físicos não são tão eminentes, a não ser após a ingestão regular de quantidades maiores, mas os efeitos sobre a estrutura espiritual e a personalidade do ser humano são intensos, mesmo ingerindo-se pequenas quantidades, o homem se desconecta do aspecto espiritual, perde-se de si mesmo e provoca a decadência física e psíquica da sua personalidade.

Diz Rudolf Steiner que “mesmo em pequenas doses o álcool isola o homem de tudo o que é espiritual, ocorre uma luta contra a atividade de nosso EU espiritual“.

O alemão Rudolf Steiner foi Filósofo, educador, artista e escritor, um sábio e esoterista. Instituiu a Pedagogia Waldorf que aponta como a Educação da criança pode prevenir o uso das Drogas.

Bem, até aqui aprendemos didaticamente como identificar a doença do alcoolismo, sintomas, perfil psicológico do alcoólico, a dependência química e suas fases, as etapas progressivas da doença, influências externas, e ainda a importância da Educação como fator preventivo contra o uso de álcool e outras drogas nocivas ao organismo humano.

Agora estamos prontos para adentrar nos aspectos religiosos e espirituais, abordando inclusive as ações dos obsessores mais ferrenhos, dos algozes da humanidade, das organizações chamadas demoníacas que atuam de forma coletiva e organizada para vampirizar suas vítimas visando haurirem seus fluidos vitais e também os fluidos alcoólicos, os prazeres das drogas e outras sensações físicas de que necessitam estando desencarnados e desprovidos de corpo físico. Iremos estudar e entender como através de um médium “incorporado”, uma entidade consegue consumir até litros de cachaça e o médium “volta” sem apresentar sinais de embriaguez. E se nesse caso, os danos físicos ao corpo do médium ocorrem da mesma forma que nos viciados.

Não deixe de ler a parte final deste tema no próximo artigo.

Até lá...

Toda forma de vício é ruim, não importa que seja droga, álcool ou idealismo.

(Carl Gustav Jung)

Nos Acompanhe também pelo Facebook: https://www.facebook.com/hollusnucleoterapeutico/l

Inscreva-se em nossa lista para receber nossos artigos diretamente em seu e-mail: http://bit.ly/28YLZfx

FONTES:

https://pt.wikipedia.org/wiki/

www.josefleuri.com.br/uploads/59/59-9191f93d4a27e211184f94ac4b5f3418.pdf

Sites diversos, ex.: Min.Saúde, Marpan Seguros ,Agencia Nac. Meio Ambiente, Wikipédia, gnosisonline.org, Bíblia Online, Fraternidade Rosa Cruz, Kardec Online, espiritismo.org.br

Livro Oficial do AA – Na opinião do Bill; Curso de Teologia Cristã – Yahoo

A Bíblia de Jerusalém - edição brasileira (1981, com revisão e atualização na edição de 2002)

A King James Version (autorizada), 1611:

MACHADO, I. P. Driblando a Dor, pelo Espírito Luiz Sérgio. Brasília, Recanto, 1991.

MASUR, J. O Que é Toxicomania. 5. ed., São Paulo, Brasiliense, 1993. (Coleção Primeiros Passos, n.º 149)

XAVIER, F. C. Cartas e Crônicas, pelo Espírito Irmão X. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1974.

(Revista O Reformador – Março/98), (Jornal Mundo Espírita de Abril de 1998)

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page