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5 - Artigo Auxiliar (Epilepsia)

5 - O Furor epiléptico pós-crise

É o furor epiléptico onde o paciente se torna selvagemente hiperativo por alguns minutos depois da crise convulsiva e pode tornar-se um comportamento seriamente destrutivo, inclusive com ataques físicos às pessoas. Em todos os automatismos pós-ictais a regra é a amnésia para todos os eventos. O furor epiléptico constitui uma das formas mais assustadoras de alienação mental, mais que a catatonia, síndromes pós-traumáticas, alcoolismo e uso de drogas. Os golpes são rápidos e precisos e, para torná-los piores, os pacientes geralmente são adultos fortes. Objetos pesados podem se tornar armas mortais. A fisiopatologia pode ser uma recuperação pós-ictal parcial, com colapso persistente dos sistemas corticais superiores de inibição. Os episódios ocorrem subitamente como, por exemplo, enquanto a pessoa estava tranquila falando com seus familiares. A súbita dilatação pupilar é imediatamente seguida por se levantar, pular da cama e desferir murros. Existem razões para se presumir que a pessoa possa apresentar percepções sensoriais alucinatórias ameaçadoras, que a fazem acreditar que está sendo atacada. O eletroencefalograma, quando realizado neste estado, apresenta um traçado alterado de baixa voltagem, sem anormalidades significativas e com uma ausência notável de spikes (pulsos rápidos de alta tensão). As drogas anticonvulsivantes, sedativas ou antipsicóticas não costumam ajudar muito e podem até mesmo tornar as coisas piores. Estes quadros também podem ser induzidos artificialmente com a eletroconvulsoterapia. Em muitos casos, a conduta é a contenção do paciente até a crise ceder, sem utilização de grandes quantidades de psicofármacos.

Os estados crepusculares pós-ictais (pós-crise) geralmente são consideravelmente mais prolongados, por vezes durante muitas horas ou mesmo dias. Como os estados crepusculares ictais, são caracterizados por retardo psicomotor, alucinações vívidas e anormalidades marcadas na experiência afetiva. Muitas vezes são acompanhados por conduta negativista e inquietude. Reações violentas podem, por vezes, serem desencadeadas até por estímulos tácteis leves. O limite de duração da obnubilação ou delirium pós-comicial é de 1 a 2 semanas.

As psicoses pós-ictais são demarcadas de forma indistinta dos fenômenos anteriores, mas tendem a serem mais demoradas e estão caracteristicamente separadas dos episódios convulsivos por intervalos lúcidos.A maior parte melhora espontaneamente em menos de uma semana, mas alguns casos levam um mês ou mais. Somente nos últimos anos, as características detalhadas destas psicoses passaram a estar sob observação sistemática.

Outras manifestações de estados pós-comiciais incluem a exibicionismo e agressões sexuais.

Delitos podem ser cometidos durante um automatismo psicomotor, mas crimes causando lesões corporais dificilmente se materializam durante o estado ictal, pois a execução dos atos é lenta e desajeitada. Foram relatados episódios de fúria, mas deve-se ter em conta que dificilmente um ataque de fúria com agressão criminosa pode ocorrer durante uma crise psicomotora. A alta probabilidade de agressão física está associada com estados confusionais pós-ictais prolongados, após uma crise do tipo grande mal, em pacientes epilépticos crônicos e geralmente institucionalizados.

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