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2 - Artigo Auxiliar (Epilepsia)

2 - Existem vários tipos de auras na Epilepsia:

A) Auras sensitivas – Manifestações que se relacionam com a sensibilidade geral, transtornos do esquema corporal, vertigem, sensação de compressão, de formigamento, de corrente de ar, de sopro frio ou quente, dores e outras sensações cutâneas.

B) Auras sensoriais – Apresentam-se sob a forma de alucinações. Na aura visual, o paciente tem sensações ópticas como círculos ou bolas coloridas em frente aos olhos, cegueira transitória, os objetos vistos por vezes se tingem de vermelho, de forma a parecer que estão em chamas ou cobertos de sangue, diplopia, metamorfopsias, micropsias e macropsias. Na aura auditiva ocorrem sensações de zumbidos ou de ruídos, como sons de coisas se quebrando, explosões ou campainhas, embora, em alguns casos possam ocorrer alucinações mais complexas, tais como melodias, gritos, ameaças, perguntas absurdas ou ordens em tons imperativos. As auras olfatórias e gustativas estão geralmente combinadas com outras auras sensoriais, e o paciente refere odores desagradáveis ou fétidos e gostos estranhos na boca. São as crises uncinadas, descritas em 1873 por H. JACKSON, alucinações olfativas e gustativas com vivência paramnésica e onírica de angústia e estranheza, relacionadas ao sofrimento do uncus ou gancho do hipocampo, que é uma estrutura localizada no cérebro humano, considerada sede principal da memória.

C) Auras motoras – São extremamente variadas, consistindo em movimentos involuntários de diversos grupos musculares, resultando semelhantes a tiques ou na realização de atos mais ou menos complexos, como caminhar, rasgar-se ou correr, sendo a carreira brusca chamada de aura cursativa.

D) Auras vasomotoras – Transtornos vasomotores, como palidez ou rubor facial e transpiração.

E) Auras viscerais – São encontradas com frequência, sendo manifestações localizadas em diversos órgãos internos, como palpitações, dificuldades respiratórias, sensações desagradáveis na boca do estômago, acompanhadas por náuseas e vômitos, fome insaciável, sede e urgência em satisfazer necessidades fisiológicas.

F) Auras psíquicas – Frequentemente ocorrem juntamente com qualquer uma das auras anteriores, e consistem em sensações de medo, ansiedade, pavor ou, mais raramente, por êxtase e tranquilidade. Podem ocorrer também vivências de desrealização e de despersonalização.

Estes múltiplos aspectos das auras podem ocorrer em toda e qualquer combinação. Há, geralmente, uma sequência característica, passando por exemplo de uma sensação epigástrica inicial para alucinações gustativas e para compulsão a pensar, ou de um “déjà vu” intenso para uma sensação avassaladora de medo. Muitas vezes, vários aspectos da aura parecem ocorrer simultaneamente, ou seu conteúdo é tão rico e estranho que o paciente não tem vocabulário para descrever sua experiência. Muitas são extremamente bizarras, especialmente quando envolvem distúrbios do juízo de realidade e do self.

Algumas vezes, o conteúdo exato das auras pode mudar ao longo do tempo e vasculhar as anotações do paciente pode revelar fenômenos anteriores da doença bem documentados, dos quais agora o paciente não se lembra. Esta tendência por vezes pode aumentar o risco de o paciente ser diagnosticado como portador de um transtorno psicogênico.

Mais raramente, a crise de grande mal é introduzida por pequenos ataques acumulados preliminares – subentrantes – que duram minutos ou horas. O acúmulo em crescendo de mioclônias indica, de forma especial, a ameaça de um ataque de grande mal.

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